Médicos debatem condutas e diagnóstico de doenças dermatológicas a partir de casos reais

2ª Jornada Multisserviços promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS inovou com uso de tecnologia que permitiu aos participantes votar no melhor caso apresentado

Aprendizado para melhora no diagnóstico, realização de procedimentos menos invasivos e conhecimento de doenças raras foram os principais resultados do evento que reuniu médicos dermatologistas e residentes de Dermatologia no Campus da Unisinos, em Porto Alegre (RS), ao longo do sábado (18/08). A 2ª Jornada Multisserviços promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS contou com a apresentação de casos clínicos reais analisados e debatidos por especialistas.

A abertura do encontro foi feita pela presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS, Clarissa Prati, que destacou o inovador formato que trouxe interatividade plena para os participantes. Através do uso de um aplicativo, o público pôde opinar, tirar dúvidas com os palestrantes e votar nos melhores casos.
– São doenças raras mas que não podem ser esquecidas no rol de diagnósticos diferenciais dos dermatologistas. É importante que todos tenham vindo, tanto profissionais dermatologistas que atuam na cosmiatria como na área clínica. São pacientes que podem chegar para todos dermatologistas – comentou a diretora-científica da SBD-RS, Vanessa Santos Cunha.

Ao final do encontro foi realizada entrega do Prêmio Dr. Roberto Gervini. A votação deu-se durante o encontro sendo classificados os melhores casos por bloco para a etapa final. O vencedor foi o de Gabriela Dallagnese sobre Lobomicose com 26% dos votos.
Também fez parte da programação o 1º Simpósio Gaúcho de Terapêutica Dermatológica: Desmitificando o Uso de Imunobiológicos, realizado na sexta-feira (17/08). Considerado o futuro da Medicina para o tratamento de pacientes com doenças que não respondem aos tratamentos convencionais ou intolerantes aos medicamentos indicados, os imunobiológicos têm oferecido alternativas para diferentes áreas médicas.

Apresentação de Casos

Dermatoses Neoplásicas

O primeiro bloco foi dedicado a Dermatoses Neoplásicas, caracterizadas pela proliferação celular não controlada. Diferentes tipos de tumores, diagnóstico e tratamentos foram expostos pelos convidados incluindo Melanoma Pediátrico (Ana Luiza Schuldt – PUCRS), Dermatofibrossarcoma protuberans (Analú Vivian – UFCSPA/ISCMPA) e Ceratoacantoma (Fernanda Mattias – HCPA). O professor debatedor Daniel H. Nunes (SC), destacou a importância da biópsia precoce, em alguns casos, o que contribui para o prognóstico. O patologista, Andre Cartell, destacou dificuldades existentes na avaliação dos pacientes.

– Se analisarmos a literatura não há uma precisão no conceito da idade de criança com Melanoma. O que percebemos é uma evolução diferente no comportamento dos tumores se compararmos uma criança a um adolescente que, muitas vezes, responde de uma forma mais parecida a de um adulto – afirmou.

Durante o turno da tarde, novos casos foram apresentados com a temática de Pseudolinfoma (Hellen Marie Casali – ADS), Linfoma intravascular de células B (Laura Riffel Bitencourt – PUCRS), Micose fungoide foliculotrópica (Marcelo Santos – HUSM) e Histiocitose de células de Langerhans (Paulo Henrique Teixeira Martins – UFCSPA / ISCMPA).

Os temas foram debatidos pelo professor Renato Bakos que salientou a alta qualidade dos trabalhos. Já a patologista, Marbele Guimarães de Oliveira, ressaltou a importância da análise minuciosa.

Miscelânia

Em outro bloco foram apresentados casos de Acroqueratose paraneoplásica (Andrea Gonzalez Guzman – UFSCPA/ ISCMPA), Síndrome de Munchausen (Beatriz da Silva Souza – HCPA), Mucinose cutânea (líquen mixedematoso) (Cristiane Salvi – ADS) e Vasculopatia colagênica cutânea (Hiram Larangeira de Almeida Jr – UFPel).

– É importante estarmos sempre atentos à psiquiatria, pois muitos casos estão relacionados com essa área. Também chamo a atenção para a longevidade e sua relação com a dermatologia – comentou o professor debatedor, Lincoln Fabrício (PR).

A patologista Ana Letícia Boff, lembrou que é possível chegar a diagnósticos mais complexos quando há uma riqueza de informação da localização das lesões e de como elas são.

– Não se trata de induzir o diagnóstico, mas de auxiliar no acompanhamento mais aprofundado – explicou.

No turno da tarde, novos casos foram abordados como Necrose cutânea escrotal associada à Terlipressina (Martina Schaan – HCPA), Síndrome da hiperimunoglobulinemia E (Eduardo Schneider – HUSM), Síndrome de Sweet (Simone Perazzoli – ADS) e Anetodermia Primária (Hiram Larangeira de Almeida Jr – UFPel). As apresentações foram comentadas pela professora Magda Weber e pela patologista Laura Luzzatto.

Dermatoses infecciosas

Outro tema de debate foi a dermatose infecciosa, caracterizada por manifestações persistentes, apresentando de forma geral formação de bolhas, coceira, inflamações e escamação da pele. Os paineis foram apresentados com os temas de Paracocccidioidomicose (Laura Riffel Bitencourt – PUCRS), Úlcera mucocutânea EBV+ (Clarice Ritter – Hospital N. S. Conceição) e Tinea capitis favosa (Débora Rockenbach – HUSM).

– É importante insistir em bons exames de imagens nos pacientes. Algumas lesões podem causar impactoar para o resto da vida – afirmou o professor Debatedor, Renan Bonamigo.
O tema foi também debatido com a participação da patologista Laura Luzzatto.

No turno da tarde, uma nova rodada de casos foi apresentada com os temas Tuberculose cutânea (Escrofuloderma) (Isis Mayer – PUCRS), Lobomicose (Gabriela Dallagnese – UFCSPA / ISCMPA) e Paracoccidioidomicose (Cintia Masson – HCPA)

– Os casos foram muito bem apresentados e as condutas, corretas – afirmou o professor debatedor, André Beber.

A tuberculose é uma doença infecciosa cuja principal forma clínica é a pulmonar mas que pode se manifestar também com lesões cutâneas.

Dermatoses autoimunes

Um dos blocos foi dedicado ao debate de casos de Dermatoses autoimunes. As apresentações tiveram como temas Síndrome de Rowell (Gilvana A. Bonella – UFFS), Lúpus eritematoso sistêmico bolhoso (Luiza Metzdorf – HUSM) e Dermatomiosite e o uso de Cannabis (Nathalia Hoffmann Guarda – ADS). Após, o debate contou com a participação do professor Hiram Larangeira de Almeida Jr e da patologista Ana Letícia Boff.

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Sobre a SBD/RS

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é a única instituição reconhecida oficialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) como representante dos dermatologistas no Brasil. Os médicos dermatologistas a ela ligados precisam obter o Título de Especialista que atesta a sua capacitação.

 

A secção SBD-RS é a sua representante no território do Rio Grande do Sul.

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